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Homem Del​í​rio LP | 2019

by Um Corpo Estranho

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1.
Fio a par do mal Preso no todo que vai para lá… Tanto de mim que ficou para trás. Por um fio… Preso num fio a par do mal que o faz soltar. Preso por conta de andar por aí… Tanto que eu quis acabar por ficar Por um fio… Preso num fio a par do mal que o faz soltar.
2.
Sangue Irmão Movido pelo tumulto, bradei à terra trovões, Investi contra os demais, faltou-me rédea e travões. Coberto, a sós, em frio abrigo, protelando essa vastidão De mundo que clama ao meu ouvido: liberdade pelo sangue, irmão! Só para ficar para sempre, fiz-me existir remoto, Dobrando as terras sofridas, travando as guerras dos outros. Só por engano, o inimigo quis provar desse pão Roubado à fome e embebido no amargo do sangue irmão. Vem da cegueira, vem de uma miragem, Os sinos dobram por quem está de passagem. No fim, quem os fez dobrar?
3.
Homem-Delírio Homem-delírio sulca o detalhe No qual o mundo limita o sonho, E vem por fim semear outra ilusão. Na aurora mansa, confirmo ter o teu coração de astro louco, E teimo, por meu o pulsar da vida que corre em ti. Sofro a derrota de ombros caídos, Um quarto de lua clara sobre a cabeça, E tanto mais sob as estrelas. Na mão do servo curvado, O labor cativo ordenha o leite à terra mãe, E a boca tenra do filho prova o milagre em paz.
4.
O Estrangeiro Ninguém sabe de onde vem para lá do rumor, Escapou de luta ou de lei, exilado ou desertor? Presta, o estrangeiro, o seu respeito. Terra de paz descansa o peito. Olha, a pesar a distância. Arde no cerne a memória. Pelo murmúrio do vento, findou-se parte da estória. Presta, o estrangeiro, o seu respeito. Terra de paz descansa o peito. Gente sofrida sabe honrar as estórias que custam a contar.
5.
Escombros 03:47
6.
Hera 04:07
Hera Distante, extremo, sem fim, O céu tão longe daqui… Prossegue, o cortejo de gala, rogando por um bem maior, Nem um murmúrio relembra a tua voz, o silêncio é por nós. Do abismo do ser, Do que não tem lugar, É preciso perder, Abrir mão, libertar! E rompe o acorde que o louvor final sustenta, Escondido, o coração, defeso em dor. A lembrança é uma hera Que se abraça à primavera E adormece na quimera, Para além da noite. A terra ressoa A ária do mar, o verso ancestral, A primeira trova, A palavra mãe, o hino que ressoa… (A lembrança é uma hera que se abraça à primavera) Contem-se as pedras erguidas entre as ruinas.
7.
Só o Paraíso Quando a horda se afastar, O chão pode florir de novo Entre os destroços da manhã Na velha Canaã. Sendo que o mesmo mundo Esconde o paraíso, O que é da vida na terra prometida? No mesmo chão dorme a manada, Alheia à escritura sagrada. O mesmo deus nutre o rebanho, Alheio ao seu tamanho. Estrangeiro ao mesmo mundo, Está o paraíso, Vencido e moribundo, Roga o paraíso, Por outra vida na terra proibida.
8.
Valsa do Acaso Tinha tanto mais para dizer, Que me calei no fim sem te contar o que passei. Todas as palavras por escrever Prometem mais que o livro que acabei. Fiquei mudo à espera que o acaso Te dissesse o que eu pensei. Eu tinha segredos para contar, Para partilhar contigo e que acabei por me esquecer. Tenho-me deixado enganar Pela vida e pelas mentiras que me andam a dizer. Fiquei mudo à espera que o acaso Te levasse a entender. Tudo o que eu queria era abrir-te o coração, Revelar-te tudo o que cobri na solidão, Emergir da água toda a minha confusão, Mas fiquei mudo à espera que o acaso Te poupasse a omissão.

credits

released March 22, 2019

Homem Delírio

Ficha Técnica
João Mota: Voz, Coros, Guitarra.
Pedro Franco: Coros, Guitarras , Guitarlele, Banjo, Theremin, Serrote Musical, Percussões, Baixo, Programações.

Músicos Convidados:
Sérgio Mendes: Guitarra, Lapsteel, Baixo
Paulo Cavaco: Piano
Celina da Piedade: Acordeão

Produção: Sérgio Mendes & Um Corpo Estranho
Captação, Edição & Masterização: Malafamado Estúdios - Setúbal
Ilustração: Rita Melo
Artwork/Design: Leonor de Almeida

Um Corpo Estranho Agradece:
Fundação GDA, Sérgio Mendes, Paulo Cavaco, Celina da Piedade, Rui David, Inês Sobral, Carla de Brito, Gonçalo Mota, Bernardo Pereira, António Aleixo, Mário Guilherme, Pedro Estevão Semedo, Ricardo Mondim, Sofia Belchior, Zé Nova, Rita Melo, Nuno Saraiva, Michelle Vieira.
João Mota dedica:
Dedico este delírio a todos os seres humanos que ainda se vêm privados da sua dignidade pela guerra, pela fome, pela cor ou pelo género. Nós conseguimos melhor.
Pedro Franco dedica:
Aos meus filhos Tiago e Sara, à minha família e a todos aqueles que por amor e perseverança teimam em sonhar acordados!


Todas as Musicas e letras compostas por João Mota e Pedro Franco
Este disco teve o apoio da Fundação GDA


© & ℗ 2019 Malafamado Records
Publishing todas as obras 2019 Lusitanian Music Publishing
Contacto: malafamadorecords@gmail.com

www.umcorpoestranho.com

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Um Corpo Estranho Portugal

João Mota e Pedro Franco surgem como contadores de anti-estórias e são eles as duas metades deste agente sonoro que, em pleno processo simbiótico, se propõe alojar nos nossos ouvidos com a intenção assumida de nos legar alguns fantasmas que acreditam ser comuns a todos. ... more

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